09/11/2014

Acerca do Eclusa 01



Um belíssimo texto de Pedro Meneses acerca do Eclusa 01 - Acabamentos de Primeira, Rui Caeiro - no blog O Melhor Amigo.

O artigo pode ser lido aqui.


31/05/2014

Grandiosa Quermesse d'O Homem do Saco na Barraca.


Esta tarde, aquando da Grandiosa Quermesse d'O Homem do Saco,o mestre Caeiro et l'Éclusier na Barraca.

27/05/2014

Autocataclismos

(clicar na foto para aumentar)


Alberto Pimenta
in Autocataclismos, Pianola Editores, Lisboa, Março de 2014.

22/05/2014

When the ship comes in

À espera da sua hora; os navios, os batéis, as pirogas, todos os barcos de papel...


11/05/2014

J'suis Snob

Aproveitando o embalo e as palavras de Boris Vian, recordamos que o primeiro título da Eclusa pode ser adquirido através da Snob, bem como na Livraria Pinto dos Santos, Paralelo W, Miguel de Carvalho - livreiro antiquário e Livraria Letra Livre. Caso esteja longe destes pontos de venda, há a possibilidade de receber na morada que nos indicar, fazendo o seu pedido através do e-mail: edicoeseclusa @ gmail.com


08/05/2014

Na Rua do Saco.


Os grandes responsáveis pelo primeiro título das Edições Eclusa: o mestre (Rui Caeiro) e os dois magos (Luís Henriques e Mariana Pinto Dos Santos ) tal como foram avistados, aqui há dias, na Rua do Saco, ostentando um sorriso conspicuamente feliz.



05/05/2014

Dance me to the end of love

«Porque as histórias acabam. Nada a fazer, acabam. E, logo após, vai-se a ver, não acabam mais. Seguem, coxeando, o seu próprio e novo percurso: doloroso, clandestino, sinuoso, fantasmático, sei lá eu que mais.»

Rui Caeiro
in ACABAMENTOS DE PRIMEIRA.



03/05/2014

Resenha ao "Acabamentos de Primeira" (Eclusa 01)

Hoje no jornal i



(Gostaríamos apenas de fazer uma pequena ressalva; o PVP do livro está, por lapso, indicado como 10 quando é na verdade 13)


29/04/2014

Um rio seco é como a alma



UM RIO SECO É COMO A ALMA

Um rio seco é como a alma
De um poeta que não pode escrever, embora conheça
Quase perfeitamente o tema e as mágoas
Da morte ressequida pelo estio. Mas o que queria,
E foi outrora um mar do mais puro cristal
Recua, torna-se sombrio como arbustos amoniacais, como
___________as folhas antigas do amor,
E abandona o pensamento. Não imagina
Nada que o possa substituir: só no pólo
Da memória oscila uma absurda bússola.
Por isso o rio, entre as lamentáveis árvores sombrias,
É uma agonia de pedras, de horrores submersos
Agora revelados, descoloridos. Por isso existem estas,
Estas pedras, estas ninharias
Quando o rio é uma estrada e a mente um vazio.

Malcolm Lowry

(Tradução de José Agostinho Baptista)

As cantinas e outros poemas do álcool e do mar, Assírio & Alvim, Lisboa, Março de 2008

24/04/2014

La marée haute



LA MARÉE HAUTE

de um lado o acordeão, a viola do outro
balanceando-se numa cadência
de maré alta

debate-se um corpo na areia,
mains de dentelle, figure de bois,
dá três passos e entrega a cruz
o seu pano branco. nisto ergue-se

outro corpo, escala a onda
num vestido negro, enquanto a voz
vai girando no circo
o cântico que partilha com as águas.

várias faces da mesma nostalgia do mar.

Renata Correia Botelho


Small song, Averno, Lisboa, Setembro de 2010.

22/04/2014

Sobre a nossa morte bem muito obrigado



“Cansado de escutar o sangue a ranger nas curvas apertadas do coração, acalentas o sonho:
um barco no mar a afundar-se: sem capitão, sem ratos, sem espavento
um único tripulante a bordo: tu”

Rui Caeiro

in Sobre a nossa morte bem muito obrigado, Alambique, Lisboa, 18 de Abril de 2014.


12/04/2014

Eclusa 02

Eclusa 02: já se sabe qual, só ainda não se sabe quando...


30/03/2014

Eclusa 01 : Acabamentos de Primeira, de Rui Caeiro


A segunda leva dos “Acabamentos...”, com todos os seus exemplares já devidamente numerados e assinados, está pronta a sair à rua.


27/03/2014

Biografia | Rui Caeiro

Rui Caeiro - fotografia de Changuito

Acerca de Rui Caeiro;

"Tem fãs por onde passa, pelo menos junto dos que olham com atenção. Usa o silêncio como generosa estratégia. Estudou direito. Tem filhos, netos, amigos. Gosta de ler e de comer. Dorme cedo. Leu tudo. É um sábio."

As palavras são obra e graça do Changuito, também autor da fotografia (tirada há escassos anos atrás, na entretanto - e infelizmente - extinta livraria Poesia Incompleta).

25/03/2014

Do primeiro livro do autor

SOBRE DEUS,
SOBRE O MAGNO PROBLEMA DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Quando eu era pequenino e Tu existias não era entre nós muito grande a distância e mesmo a diferença, se exceptuarmos a de não fazeres nunca chichi na cama. Depois as coisas complicaram-se: foste ficando para trás, não cresceste; eu cresci, não tive outro remédio. A morte tomou posições. E quando a morte se instala...

*

Atravancaste, mais do que o razoável, muitas vidas. Não se trata de te criticar os excessos, cada um afirma-se ou apaga-se como pode. Mas pensando nas vidas (atravancadas...) de tanta gente – os doentes e os timoratos, mas também os ignorantes e os distraídos- facilmente se acaba perguntando por quê. Aqui para nós, não seria por que atravancando inchavas e inchando ganhavas existência?

*

A estranha leveza que dás aos que não acreditam em Ti só pode ser da ordem do sobrenatural. Quanto mais não acreditam, mais leves se sentem. Quanto mais Te ferem (pensam que Te ferem) mais voam.

*

Senhor Deus que não existes, porque não existes, contigo o jogo é sempre limpo e inocente.
Até quando?
Até quando a tua inexistência perdure, ou a nossa paciência se canse, ou alguém apareça a estragar a brincadeira.
Mas quem?

*

Distinguem alguns espertos os que confiam em Deus e os que confiam na inexistência de Deus. Estes seriam os não assumidos, os devotos envergonhados.
A esses pobres escolásticos, porque não merecem mais, diremos tão-só:
Assim como há existÊncias apagadas de que ninguém se apercebe, nem elas, assim há também inexistÊncias que dão muito que fazer.

*

Não conheço muitas provas da bondade divina. Mas não posso esquecer que até aos maus poetas Deus concede, aqui e ali, a graça de um bom verso. Prodigialidade? Mera distracção? Pura bondade.

*

Outra Oração

Senhor que tudo sabes e podes
e nada fazes e ainda bem
livrai-nos das prostitutas mais irresistíveis
e dos padres que tudo perdoam
e dos poetas que têm missão a cumprir
mas principalmente livra os outros
livra todos os outros
dos inúteis sonhadores pretensiosos
inveterados bêbados como Tu e eu

Rui Caeiro

In Sobre deus, sobre o magno problema da existência de deus, Edição do Autor, Lisboa, Dezembro de 1988.

23/03/2014

Eclusa 01 : Acabamentos de Primeira, de Rui Caeiro

fotografia de Mariana Pinto dos Santos


“Acabamentos de primeira” encontra-se, até à data, disponível apenas na Paralelo W e na livraria Miguel de Carvalho - livreiro antiquário, em Coimbra (sendo também possível fazer a sua encomenda através do nosso e-mail: edicoeseclusa @ gmail.com).

(Fotografia da autoria de Mariana Pinto Dos Santos, tirada durante a cosedura dos exemplares, no Homem do Saco)

20/03/2014

Excerto | Acabamentos de Primeira, de Rui Caeiro

Rui Caeiro - fotografia de Inês Dias

« E o fim, em vez de, como era sua obrigação, pôr um termo à história, substitui-se-lhe, ganha vida própria e prolonga-se no tempo.
Deixa de haver história. No sentido em que o fim da história não chega a repegar nela, história, porque ela afinal de contas está morta, mas como que pega em si mesmo, fim, para continuar a fazer das suas (das suas próprias tripas coração).
À míngua ou à falta de história – para viver, para compartilhar, ou pura e simplemente contar – o fim da história, substituindo-se-lhe, incha e alimenta-se de si mesmo, autofágico.»

Rui Caeiro
in ACABAMENTOS DE PRIMEIRA

(Fotografia do autor por Inês Dias)

16/03/2014

Eclusa 01 : Acabamentos de Primeira, de Rui Caeiro


Eclusa 01 : Acabamentos de Primeira, de Rui Caeiro

O livro estará, de Terça- Feira em diante e até dia 23 (por ocasião do Mal Dito, em Coimbra) à venda exclusivamente no Paralelo W.


Paralelo W
Rua dos Correeiros,
60 - 1º Esq
Lisboa

Para dar o tom, o timbre do que aí vem...



14/03/2014

Edições Eclusa

As Edições Eclusa propõem-se a publicar apenas e tão-só originais (ou, quanto muito, traduções em primeira mão).

Isto sempre em tiragens reduzidas e sem reedições à vista, com todos os exemplares numerados e assinados pelo(s) seu(s) autor(es).


O primeiro livro (a ser impresso, guilhotinado e cozido por estes dias) será aqui anunciado no início da próxima semana, com direito a uma breve foto-reportagem (ou assim esperamos).




13/03/2014

O MAR | Henri Michaux



O MAR

O que eu percebo, o que é meu, é o mar indefinido.
Aos vinte e um anos, evadi-me da vida das cidades, aventurei-me, fui marujo. A bordo havia muito que fazer. Fiquei espantado. Pensava que num navio a gente fitava o mar, que infindavelmente fitávamos o mar.
Os barcos foram depois desaparelhados. Era o desemprego dos marítimos que assim começava.
Voltando as costas àquilo, fui-me embora, não disse nada, tinha o mar dentro de mim, o mar eternamente em meu redor.
Mas qual mar? Foi isto justamente que eu depois me vi impedido de explicitar.

Henri Michaux
(Tradução de Júlio Henriques)
in O retiro pelo risco, Fenda Edições, Lisboa, Setembro de 1999.

Jacques BREL-L'éclusier


Não é cousa de somenos
operar uma Eclusa ...